Morre Arlindo Cruz, ícone do samba, aos 66 anos

O samba brasileiro perdeu nesta sexta-feira (8) um de seus maiores nomes. Arlindo Cruz morreu no Rio de Janeiro, aos 66 anos, após complicações decorrentes de uma pneumonia. O cantor e compositor estava internado desde março no hospital Barra D’Or, onde tratava uma pneumonia. A saúde do artista estava fragilizada desde 2017, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico que deixou sequelas e o afastou dos palcos.

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Desde o AVC, Arlindo passou por 17 cirurgias e necessitava de cuidados constantes. Em 2022, sua esposa, Babi Cruz, declarou que o quadro era irreversível. Recentemente, na biografia O Sambista Perfeito, lançada em julho, ela revelou que o músico havia deixado de responder a estímulos. Além da internação por pneumonia, a luta diária contra as sequelas da doença marcou os últimos oito anos de vida do artista.

A história de Arlindo

Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu em 14 de setembro de 1958, no bairro Piedade, no Rio de Janeiro. Filho de Arlindão Cruz, músico amador, cresceu cercado por rodas de samba. Aprendeu cavaquinho aos sete anos e, aos 12, já tocava violão. Frequentou a roda do Cacique de Ramos, ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, e teve 12 composições gravadas logo no primeiro ano no grupo.

Em 1981, assumiu o posto deixado por Jorge Aragão no Fundo de Quintal, onde permaneceu por 12 anos antes de seguir carreira solo. Foi autor de mais de 550 músicas, como Meu Lugar, Ainda é Tempo Pra Ser Feliz e Bagaço da Laranja, e também compôs sambas-enredo para escolas como Grande Rio, Vila Isabel e Império Serrano, esta última o homenageou no Carnaval de 2023. Indicado cinco vezes ao Grammy Latino, venceu o Prêmio da Música Brasileira em 2015 como melhor músico de samba.

Casado com Babi Cruz desde 2012, deixa três filhos: Arlindo Neto, Flora e Kauan Felipe.