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Enquanto a comunidade de São Pedro do Sul comentava o crime que chocou a cidade, a família Goulart chorava pela morte de Diogo Henrique Goulart Streb, 18 anos, que morava com os pais no pacato Bairro Oliveira, na região oeste da cidade. O crime, ocorrido por volta das 19h de quinta-feira (13), foi na principal avenida do município, a Walter Jobim, a poucos metros do trevo de acesso. Foi nessa avenida que um policial militar teria matado Diogo, ferido a esposa e, em seguida, tirado a própria vida com um disparo na cabeça.
Durante a manhã, a casa da família recebeu diversas pessoas que foram prestar sentimentos à mãe, ao pai, aos irmãos e aos demais familiares do jovem. O ambiente era de choro e revolta.
"Diogo era um irmãozão para mim"
Caseiro, tranquilo, gostava de jogar futebol e tinha um coração enorme. Assim a família descreve Diogo, ainda tentando compreender as circunstâncias dos fatos. Completamente abalada, a mãe, Raquel Goulart, 37 anos, não conseguiu conceder entrevista e pediu que o primo de Diogo, Bruno Goulart, 18 anos, falasse. Sentado ao lado dela, ele relembrou momentos com o primo com quem cresceu e que considerava um irmão.
– Diogo era um irmãozão para mim, sempre ficava em casa, nunca fez nada errado para ninguém. Vivia com os piá de São Pedro por tudo, jogando bola. Ficava só em casa, nunca fez nada errado. Era um piá de coração enorme – conta.
Enquanto Bruno falava, a sala ficou cheia de familiares e dos cinco irmãos de Diogo. Ele lembrou que o primo era exemplo para elas e para os demais irmãos.
– Sempre amou o próximo. Para a Raíssa e para os irmãos dela era um exemplo. Para nós, também. Tá louco. Uma perda enorme. Deixaram um irmão – disse.
Diogo cursava o terceiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual de Educação Básica Tito Ferrari, a mesma onde Edila Marciele Carvalho Brum, 40 anos, lecionava biologia. Segundo a família e o delegado Giovanni Lovato, titular da Delegacia de São Pedro do Sul, Diogo era aluno de Marciele. O Diário procurou a direção da escola que até a publicação desta reportagem não retornou as ligações e nem as mensagens.
"Saía apenas para jogar futebol com os amigos"
Em Santa Maria, a tia de Diogo, Dilsiane Andrade Goulart, 45 anos, recebeu a notícia da morte do sobrinho. Ela saiu na manhã desta sexta-feira (14) e foi até a cidade de pouco mais de 15 mil habitantes para se despedir. Assim como Bruno, lembrou do jeito brincalhão, caseiro e da paixão do jovem pelo futebol.
– Era um guri caseiro, brincalhão, vivia em família. Saía apenas para jogar futebol com os amigos. Era uma criança dócil, maravilhosa. Amava os irmãos, toda a família. Não tenho o que dizer dele. Só a saudade vai ficar – relata, emocionada.
A despedida de Diogo deve ocorrer ainda nesta sexta-feira (14). O enterro será às 18h, no Cemitério Evangélico Luterano, na Rua Maurício Cardoso, região norte da cidade.
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