"Alguém do ônibus, um passageiro, gritou para colocar o cinto", comentou o delegado, que está ouvindo os sobreviventes do acidente com ônibus da UFSM

Fotos: Beto Albert (Diário)

Marlon Ribas, de 35 anos, prestou depoimento na manhã de quarta acompanhado de sua mãe.

Na manhã desta quarta-feira (9), pelo menos oito pessoas foram ouvidas pelo delegado responsável, José Romanci Reis, na ​1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, na Rua Roque Calage, no centro de Santa Maria, para esclarecer sobre o acidente envolvendo o ônibus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Entre elas, sobreviventes, o reitor da UFSM, Luciano Schuch, e a direção do Colégio Politécnico. A expectativa está no depoimento do motorista, que foi remarcado para as 16h desta quarta, conforme Reis. Primeiramente, seria às 9h30min.


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Para os depoimentos, o delegado veio a Santa Maria com uma equipe de três policiais. Após ouvir as primeiras pessoas, indicou que os relatos até então colhidos seguem a linha de investigação até então, de possível falha mecânica nos freios, mas o laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) será crucial para a investigação. Essa avaliação técnica pode demorar 30 dias. 


– Sim, mantém a mesma, porque muitos disseram o que já tínhamos ideia. O que vai definir, na verdade, é a perícia técnica que vai apontar se houve falhas nos freios durante a descida ou falha humana tão somente. Pode ser que tenha sido falha mecânica, pode ser que não. Estamos dependendo do laudo técnico – detalha Reis. 

Delegado Reis e sua equipe.
Delegado Reis e sua equipe.

Depoimentos 
Sobre a suposta fala do motorista antes do acidente: "Botem os cintos, estamos sem freio", o delegado esclareceu que, até o momento, nenhuma das vítimas teria confirmado ouvir do motorista a suposta frase: 

– Nenhuma das pessoas ouvidas até agora confirmou que o motorista tenha falado qualquer coisa. Alguém do ônibus, um passageiro, gritou para colocar o cinto. Pelo que apuramos até agora não foi o motorista (que gritou).

UFSM

Pela manhã, o reitor foi o último a ser ouvido.
Pela manhã, o reitor foi o último a ser ouvido.

Quanto ao reitor da UFSM, Reis indicou que os questionamentos foram direcionamentos para as condições das frotas, suas manutenções e quais critérios eram considerados para que os veículos fossem liberados para viagem e excursões.

– A ideia é verificar como é feita a dinâmica das frotas, o porquê de as frotas serem antigas, e se os veículos só saem em excursões com certeza que estão bem – confirma Reis. 

O reitor finalizou o depoimento por volta das 14h. Ele relata que explicou às autoridades como a universidade e o setor de transporte funcionam. Também deu esclarecimentos sobre como são os contratos, tanto de manutenção, quanto de motorista terceirizado.

– Essa foi a explicação que demos para tentar elucidar esse trágico acidente – explicou Schuch, em entrevista ao Diário após o depoimento.

Ele informou ainda que não tem nenhum retorno sobre a sindicância interna aberta pela UFSM até o momento, pois os trabalhos seguem sendo feitos. A instituição mantém o cancelamento de todas as viagens que seriam feitas com veículos próprios.

A diretora do Politécnico, ​Marta Von Ende, também falou pela manhã. Ela afirmou que a unidade de ensino da universidade prestará todos os esclarecimentos, para conferir celeridade à investigação.

Leia mais:

Relembre o acidente

Um ônibus com estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) caiu em uma ribanceira perto do trevo de acesso ao município de Imigrante, na região do Vale do Taquari, na tarde de sexta-feira (4), e deixou sete mortos e 26 feridos. A UFSM divulgou neste sábado (5) a lista das vítimas fatais. Todas elas eram calouras do curso de Paisagismo do Colégio Politécnico da instituição.

No total, 33 pessoas — estudantes, professoras e motorista — da turma de Paisagismo estavam em uma excursão que faria uma visita técnica ao Cactário Horst (espaço dedicado ao cultivo de cactos e suculentas), em Imigrante, quando o acidente aconteceu. Uma das teorias da causa do acidente seria falha nos freios. 

As despedidas das vítimas fatais Dilvani HochFátima Eliane Riquel CopattiFlavia Marcuzzo DottoJanaina FinklerMarisete MaurerPaulo Victor Estefanói Antunes e Elizeth Fauth Vargas foram realizadas no sábado em Santa Maria, São Pedro do Sul, Vale Vêneto (distrito de São João do Polêsine), Estância Velha e São Martinho da Serra. Elizeth Fauth Vargas foi sepultada no domingo (6), em Passo Fundo.

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