"Os pais nos avisam que vão atrasar para buscar os filhos porque o tiroteio começou", afirma professora sobre as constantes trocas de tiro no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon

Autor: Vitória Sarturi

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Diante de sucessivos tiroteios registrados na região sudeste de Santa Maria, duas escolas municipais do Bairro Diácono João Luiz Pozzobon adotaram medidas pontuais de segurança para proteger alunos e funcionários. A EMEF Diácono João Luiz Pozzobon e a EMEF Maria de Lourdes Castro passaram a manter os portões fechados durante o expediente escolar, em dias de maior instabilidade, ou operar em turno reduzido, conforme a gravidade dos episódios.

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Segundo a Brigada Militar, os confrontos armados ocorrem, principalmente, durante a noite, mas também podem se intensificar a qualquer momento do dia. As ocorrências são mais frequentes nas imediações do Loteamento Leonel Brizola, localizado no interior do bairro, e estão associadas à disputa territorial entre grupos criminosos pelo controle de pontos de tráfico de entorpecentes.


 Diácono João Luiz Pozzobon

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Com 535 alunos matriculados, distribuídos entre os turnos diurno e noturno, e faixas etárias que vão de 6 a 75 anos, a EMEF Diácono João Luiz Pozzobon tem ajustado sua rotina conforme a situação de segurança no entorno. De acordo com a coordenadora pedagógica dos anos iniciais e orientadora educacional, Aline Silveira, 33 anos, os alertas sobre tiroteios costumam vir diretamente da comunidade.

– Nós temos essa interação pelo “boca a boca” entre as famílias. Os pais nos avisam que vão atrasar para buscar os filhos porque o tiroteio começou ou que os alunos não vão à aula porque está perigoso. Então, nós tentamos nos proteger e proteger as crianças dentro da escola. A violência até se acalma, mas ela nunca deixa de existir – afirma Aline.

Entre as estratégias adotadas, estão o fechamento dos portões com os estudantes já no interior da escola, a redução do turno de aulas em dias mais críticos e o reforço no controle de entrada e saída.

Ainda segundo Aline, os efeitos da insegurança se estendem para além da organização logística da escola e atingem o bem-estar dos profissionais e estudantes. No último mês, por exemplo, uma funcionária solicitou afastamento por conta de questões de saúde mental relacionadas à violência da região. 


EMEF Maria de Lourdes Castro

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Na EMEF Maria de Lourdes Castro, a violência também tem impactado diretamente a rotina escolar. Conforme a diretora da escola, Silvana Guerino, as aulas precisaram ser suspensas na última sexta-feira, 10 de outubro, após novos episódios de violência no bairro.

– Nós buscamos algumas estratégias para não colocar em risco nenhuma criança, nenhum estudante, nenhum professor. Então, nós suspendemos as atividades. – detalha Silvana.

As aulas foram retomadas normalmente na segunda-feira (13). Apesar da continuidade das atividades, o clima de instabilidade permanece. A diretora pontuou que, mesmo diante do cenário, há um certo respeito à presença de alunos e profissionais nas proximidades da escola.


Segurança 

Desde a semana passada, a Brigada Militar intensificou o policiamento na região e manterá patrulhamento contínuo, 24 horas por dia, até o fim deste mês. A ação ocorre em conjunto com a Polícia Civil e a Guarda Municipal, de modo a garantir a segurança de moradores e da comunidade escolar. 

Até o momento, a operação resultou na prisão de um jovem de 19 anos, na apreensão de três armas de fogo e na identificação de outros suspeitos envolvidos nos confrontos.








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