Foto: Rian Lacerda (Diário)
Geladeiras foram destruídas pelas chamas
A noite de domingo (26) foi de tensão e destruição na casa de shows Rancho do Baile, localizada às margens da VRS-516, no Bairro Caturrita, em Santa Maria. O local, que pertence ao vereador Tony Oliveira (Podemos), foi alvo de um ataque com tiros e incêndio criminoso, o terceiro episódio de violência registrado no espaço. Não há informações sobre os motivos dos atos de vandalismo.
O agente de publicidade Mauro Ferreira, 59 anos, que trabalha com o vereador e mora no local, relatou que o ataque começou por volta das 23h, quando ouviu barulhos e disparos de arma de fogo vindos da entrada do salão.
- Eu estava dentro de casa, cansado, já deitado, quando ouvi o barulho. Saí pra olhar e vi clarões pela janela. Achei que fosse só fogo de artifício, mas aí começaram os tiros. Acredito que perceberam minha presença, porque, assim que me viram lá dentro, começaram a atirar. Foram muitos tiros - contou.
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A porta de entrada de um salão onde ocorrem festas apresentava, na manhã desta segunda-feira (27), marcas de disparos, assim como a parede e uma janela de vidro do local. Pelo menos quatro tiros, dos mais de 15 segundo, Ferreira, atravessaram a porta e atingiram a copa, que fica do outro lado do salão.
- Os tiros atravessaram a porta e foram parar 100 metros pra dentro. A parede ficou toda marcada. Foi uma coisa muito bem orquestrada, parecia que sabiam exatamente onde atacar - descreve o funcionário.
Após os tiros, os criminosos espalharam fogo em diferentes pontos do terreno. Um dos focos começou na copa de um outro salão que fica em ambiente externo, onde bebidas estavam armazenadas. Outro, no camarote de madeira, que também fica na parte externa.

- Eles tentaram queimar tudo. Colocaram fogo também no camarote, deixaram luvas e coisas pra iniciar o incêndio. Se não fossem os vizinhos, que vieram correndo ajudar com baldes e mangueiras, o fogo teria tomado conta do salão inteiro antes dos bombeiros chegarem - afirma.
O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado e conseguiu controlar as chamas antes que se espalhassem por toda a estrutura. Ainda assim, parte da madeira e do forro ficou destruída, e equipamentos de som e refrigeração foram danificados.
Ataques anteriores
Segundo Ferreira, em uma dos ataques anteriores ao Rancho do Baile, os suspeitos chegaram a tentar lançar um coquetel molotov (garrafa com combustível em chamas) em uma van que presta serviços de segurança no local, mas o artefato foi descoberto e retirado a tempo. Em outro episódio, houve uma tentativa de queimar os pneus do ônibus da Banda São Marino, que se apresentava no local.
- É difícil ver isso acontecer de novo. O Tony investiu mais de R$ 200 mil aqui, fez melhorias, deixou tudo bonito para receber o público. Ele e a esposa estão muito abalados. Ele chorou muito. A gente não entende o porquê disso tudo - lamenta o funcionário.
Ferreira diz, ainda que, por segurança, pretende deixar o local nos próximos dias e se mudar para um apartamento na cidade.
- Eu trabalho com ele na rádio, faço a parte de publicidade. Mas morar aqui depois de tudo isso é arriscado. A gente não sabe quem fez nem se podem voltar – diz.
Segundo o funcionário, câmeras de segurança da região registraram um carro branco fugindo logo após os disparos. As imagens já foram entregues à Polícia Civil, que investiga o caso.
- A polícia já tá com as imagens. Eu dei meu depoimento e agora é esperar que encontrem quem fez isso. Mas foi uma ação planejada, disso eu não tenho dúvida - afirma.
A Brigada Militar também atendeu à ocorrência. Até o momento, ninguém foi preso.
O vereador Tony Oliveira se manifestou por meio de um vídeo nas redes sociais. No local, ele gravou uma mensagem lamentando o ocorrido e informando sobre os prejuízos. Segundo o parlamentar, ele vai analisar nos próximos dias o rumo do local e decidir se ainda vai investir no ambiente para festa ou se vai se dedicar exclusivamente ao trabalho como vereador em Santa Maria.
Até o momento, ninguém assumiu o ataque à casa de eventos do vereador, nem há informações sobre os motivos dos repetidos atos de vandalismo no local.