Foto: Vinicius Becker (Diário)
O primeiro trecho de 2 km da nova Perimetral Sul-Leste está 100% concluído, segundo a prefeitura de Santa Maria, mas a via permanece fechada para o tráfego de veículos. A liberação, que já foi adiada três vezes, agora depende de "trâmites burocráticos" e vistorias finais, sem uma nova data definida para a inauguração. Ao longo desta terça-feira (14), equipes do Executivo realizavam a pintura da sinalização horizontal na Estrada Silvio Schirmer, conhecida como Estrada de Pains e que é acesso secundário à UFSM, no ponto de entroncamento com a nova avenida que vai ligar a região até a BR-392, na saída para São Sepé. Quando os outros 4 km da nova perimetral forem construídos, permitirá uma nova ligação da Estrada de Pains e da Faixa Nova, na Zona Leste, e até o trevo da Estância do Minuano, na BR-392, na Zona Sul.
Trânsito já tem mudanças

O impasse com a RGE, que impedia a abertura da via, foi resolvido. A rede de energia elétrica no local já foi elevada pela concessionária, permitindo a passagem segura de veículos. Agora, os trabalhos estão sendo executados no trevo de acesso com a Estrada de Pains, que já recebeu mudanças nesta semana. Aqueles motoristas que saem da RSC-287 (Faixa Nova) em direção à Universidade Federal de Santa Maria agora têm que acessar o trevo com a perimetral e não mais seguir reto na pista original. No sentindo contrário, o trânsito é somente em uma pista até chegar na Faixa Nova. Segundo funcionários, as pinturas horizontais iriam ser finalizadas ainda nesta terça, faltando a colocação de tachões e setas.
A nova avenida, além das quatro pistas, tem calçadas, ciclovia e iluminação. Esse primeiro trecho de 2 km custou cerca de R$ 30 milhões. Há estimativas de que os outros 4 km possam custar R$ 60 milhões. As obras são feitas com verbas da Corsan, que destinou R$ 75 milhões ao município como cláusula do acordo da renovação do contrato. A prefeitura deve complementar as verbas que faltarão para fazer os outros 4 km.

Relembre a trajetória da obra

- 2018: Anunciada como uma das contrapartidas para a renovação do contrato com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan)
- Julho/2023: Obra da nova Perimetral Leste-Sul é iniciada entre a Estrada de Pains e o Loteamento Maringá
- Outubro/2023: Trabalhos são paralisados por falta da Licença de Instalação ambiental
- Fevereiro/2025: Prefeitura prevê concluir o primeiro trecho de 2 km até abril, ao custo de R$ 35 milhões. O segundo trecho, licitado em 2024, foi suspenso em função das enchentes
- Março/2025: Iniciadas obras de drenagem e pavimentação; Estrada de Pains é parcialmente bloqueada
- Abril/2025: Chuvas e imprevistos atrasam o cronograma; bloqueio prorrogado duas vezes
- Abril/2025 (final): Estrada de Pains é liberada após um mês de interdição e conclusão do trevo de acesso
- Julho/2025: Prefeitura anuncia entrega do primeiro trecho de 2 km para agosto, com investimento de R$ 30 milhões
- Agosto/2025: Liberação adiada por impasse com a RGE sobre a remoção da rede elétrica. A liberação do primeiro trecho é transferida para setembro, mas prazo não é cumprido
- Atual: RGE eleva os fios e a obra é concluída. No entanto, a liberação da via aguarda trâmites burocráticos
Ainda faltam 4km
Enquanto a liberação dos primeiros 2 km é aguardada, o futuro dos 4 km restantes da perimetral foi adiado. Segundo a prefeitura, o projeto para os próximos dois trechos passa por adequações e a previsão é de que sejam licitados apenas em 2026. A obra deve levar pelo menos dois anos. A previsão anterior era de que a licitação poderia ocorrer ainda em 2025.
Quando for finalizada a nova perimetral, será possível ir de Camobi até a região sul, e vice-versa, pela nova avenida, sem a necessidade de ir pela Faixa Nova até os trevos da rodoviária e da Uglione para chegar à BR-392. Com isso, a nova avenida, quando ficar pronta, deve desafogar um pouco o trânsito na Faixa Nova.
O que diz a prefeitura
A prefeitura, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade, destaca que o benefício da Avenida Perimetral está bem além das famílias que moram nos bairros do entorno. Pois, mesmo ainda não sendo a ideal no momento, passa a ser uma ligação da Região Sul com a Região Leste do Município. Com isso, será mais uma alternativa para reduzir o tráfego na Faixa Nova de Camobi nos horários de maior circulação de veículos.
Com relação à continuidade da obra, isto é, os outros quatros quilômetros, o Executivo municipal está avaliando qual a alternativa mais viável, se fazer em duas etapas ou em apenas uma.