Mulher morta a tiros pelo ex-companheiro pediu medida protetiva cinco dias antes do crime

Mulher morta a tiros pelo ex-companheiro pediu medida protetiva cinco dias antes do crime

Foto: Reprodução

Paola foi baleada quando chegava em casa para almoçar, por volta de 12h10min de segunda-feira ( 27).

Cinco dias antes de ser morta a tiros, Paola Muller, de 32 anos, entrou com um pedido de medida protetiva contra o ex-companheiro, responsável pelos disparos, após ele ter tentado invadir a residência onde ela vivia com o filho em São Francisco de Assis. Segundo a investigação, o casal estava separado, e na última semana, a justiça havia concedido a guarda para a mãe, o que teria motivado o feminicídio. Apesar do pedido da vítima, não foi solicitado o uso de tornozeleira eletrônica ao autor do crime, identificado como Alan Rodrigues.

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De acordo com o delegado Marcelo Batista, responsável pelo caso, a invasão aconteceu na madrugada de quinta-feira (23). No mesmo dia, a Polícia Civil realizou buscas na casa de Rodrigues para verificar a possibilidade de posse ilegal de armas. No entanto, durante a operação, nada foi encontrado. Segundo Batista, Alan teria o direito de ter contato com a criança apenas aos finais de semana. 

Após o registro, Paola foi deslocada para uma residência próxima à delegacia, onde foi disponibilizado um número de telefone para casos de emergência. Por volta das 22h do último domingo (26), um policial entrou em contato com Paola para verificar se estava tudo bem.

A vítima, que trabalhava em uma rede de farmácia, foi morta na tarde de segunda-feira (26) por Rodrigues. Os primeiros disparos dos 12 disparos foram realizados em frente ao filho de 6 anos. Paola, que foi atingida nos braços e tórax, chegou a socorrida e encaminhada ao hospital, onde chegou consciente e conversando. Porém, foi seguida por Rodrigues, que desceu de uma motocicleta em frente a instituição, e efetuou mais disparos contra a vítima, que não resistiu. Logo após o crime, o suspeito fugiu e foi capturado ainda na noite de segunda.

Com a morte da mãe e a prisão do pai, a criança está sob os cuidados de uma avó.

Tornozeleira eletrônica

No Estado, o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, afirmou que existem cerca de 175 pessoas monitoradas com tornozeleiras eletrônicas, utilizadas para vigiar agressores. Porém, ele destacou que o Rio Grande do Sul possui aproximadamente 2.000 tornozeleiras disponíveis, indicando uma grande lacuna no uso dessas ferramentas de proteção.

Sodré também ressaltou que o feminicídio é um dos crimes mais difíceis de serem prevenido, pois, frequentemente, quando a polícia toma conhecimento, o caso já está em um estágio avançado. Por isso, ele enfatiza a importância de incentivar as vítimas a registrarem as ocorrências o mais cedo possível, para que a investigação possa ser iniciada de forma mais eficaz e preventiva.

— Nesse caso específico, a gente orientava a vítima, disponibilizamos um contato telefônico para nos acionar, porque a gente entendia que era um caso delicado. Mas a vítima não concebia a possibilidade do agressor fazer um mal para ela, porque o agressor era o pai da filha dela, nunca tinha sido agressivo a esse ponto. As vítimas têm que entender que elas estão em situação de risco e têm que redobrar os cuidados — reforça o delegado Marcelo Batista, de São Francisco de Assis.

Declaração nas redes sociais

Alan Rodrigues assumiu a autoria do feminicídio em postagem nas redes sociais. Foto: Reprodução


Antes de ser preso, o autor do feminicídio publicou uma longa mensagem em seu perfil em uma rede social, tentando justificar sua ação. Na postagem, ele mencionou problemas no relacionamento e nas disputas familiares envolvendo o filho pequeno. O autor do crime alegou não suportar mais ficar distante do filho. “Só quero pedir desculpas pelo que fiz e deixar claro o motivo, e entregar tudo nas mãos de Deus”, escreveu no Facebook.

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